sábado, fevereiro 26, 2011

EU, O "PHODÃO" (OU: ALGUMAS PALAVRAS SOBRE SLAVOJ ZIZEK A UM DE SEUS DISCÍPULOS TUPINIQUINS)


Mais um da turma que não pode mais viver sem o blog resolveu entrar aqui. Um leitor, que se assina como João Marcelo - o mesmo que se queixou outro dia de minha "raiva infantil" do Apedeuta, que seria somente um "coro da classe média paulista que vota no Serra ou na Marina" (ai, ai...), reclama de meu tratamento a um assim chamado "filósofo" que faz muito sucesso entre alguns subintelectuais, mini-intelectuais e pseudo-intelectuais de esquerda e de extrema-esquerda, o esloveno Slavoj Zizek, cujo pensamento, baseado num marxismo de terreiro, já descasquei aqui: http://gustavo-livrexpressao.blogspot.com/2009/07/slavoj-zizek-ou-o-dever-de-enterrar.html.
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O referido leitor não se conforma de eu ter dito o que disse sobre esse Marcuse piorado, tanto que me manda vários comentários – alguns, mais de uma vez, como se quisesse ter certeza que vou mesmo publicá-los. Como gancho, ele usa outro comentário, de uma coleguinha dele, que reclamou de meu vocabulário "difícil" (também respondi a ela aqui: http://gustavo-livrexpressao.blogspot.com/2011/01/eu-o-alienado-direto-dos-tempos-da.html)

Não só o uso de um vocabulário difícil mas também nem soube argumentar a respeito do Zizek. Hehehehehehehehehe...
Dividir o mundo em dois, entre capitalistas X comunistas é de uma estupidez absurda, parece um senhor da década de 50 do século passado. Me tirar para comunista foi a melhor parte, hehehehee... Que maravilha, um EU que vê um mundo muito interessado em minha opinião. Comentar sobre um filosofo de forma jornalística sem ao menos conhecer nada a respeito dele (apenas uma matéria em uma revista), vai ser motivo para lhe tirarem como um pedante. Estou errado?


Está. Redondamente errado.

Primeiro erro: não sou eu que divido o mundo entre capitalistas x comunistas, como se eu ainda vivesse nos tempos da brilhantina. Quem faz isso é gente como esse tal Zizek, um defensor das virtudes revolucionárias do maoísmo (!). Na visão dele, Zizek, sou um capitalista, um liberal (eles gostam de dizer "neoliberal"), logo um reacionário, um contrarrevolucionário, um maldito verme que precisa ser exterminado – como foram cerca de 75 milhões só na China Comunista, cujo pai e fundador, o tirano sanguinário Mao Tsé-tung, Zizek reverencia. Da minha parte, não divido o mundo entre capitalistas e comunistas, uma divisão, alias, falsa (basta ver a China de hoje para comprovar), mas, sim, entre democratas e totalitários. Adivinhe de que lado eu coloco o Zizek (e os bobalhões que acham o máximo esse repetidor de slogans bolcheviques).

Segundo erro: conheço Zizek não somente por um artigo de revista. Li - e me arrependi de tê-lo feito –, suas antologias de discursos de grandes humanistas como Lênin, Mao Tsé-tung e Robespierre. Mas basta ler o artigo em questão para ter uma idéia do que pensa o tal "filósofo". Trata-se tão-somente de mais um órfão do Muro, um sujeito que não pode viver sem uma estátua de Marx ou de Lênin para reverenciar. Enfim, alguém do mesmo naipe do trotskista Tariq Ali ou do anarquista Noam Chomsky, que têm no ódio à democracia e aos EUA sua razão de viver. Estou errado?

Sem esperar sequer resposta, o discipulo (ou seria devoto?) desse neo-Sartre dos idiotas escreveu ainda:

Se você quiser discutir a respeito do filosofo (algo que você tentou sem ao menos ler um livro dele)repito minhas palavras (se você quiser pode dar outro chilique e usar palavras difíceis ou me desqualificar igual o seu xará através da tática "sou superior" "já fui assim um dia" veja SCHOPENHAUER, Artur "Como vencer um debate sem ao menos ter razão" 1819):

Pode ficar tranquilo, caro leitor. Desta vez, nao vou usar palavras "difíceis" (parece que um bom vocabulário e esquerdismo não combinam muito bem). Vou-me limitar a comentar o que você mesmo diz. É o bastante para desqualificá-lo, sem precisar recorrer ao método schopenhauriano (do qual, aliás, falei em outro post meu: http://gustavo-livrexpressao.blogspot.com/2011/01/aos-adoradores-do-odio-ou-receita-para.html.)

E sim, sou superior. E sim, já fui assim um dia.

Gosto do Zizek principalmente dos comentários que tangem cultura mas alguns momentos ele me parece muito sedutor e fala mais do que conhece.
Enfim... Acho que você não entendeu muita coisa que o Zizek disse, a sua pessoa já leu mais coisas dele ou foi apenas uma coluna em uma revista?

Tenho uma dúvida de ordem vocabular: os comentários do dito-cujo "tangem cultura"? Na minha terra, e também no dicionário, o verbo "tanger" significa afastar, conduzir como gado ("tanger a boiada"). Devo entender então que os comentários do Zizek sobre a Noviça Rebelde afastam a cultura, é isso? (A propósito: faz todo o sentido.) Ou o leitor quis dizer a expressão "no que tange a", que tem o mesmo significado de "no tocante a" ou "no que diz respeito a"?

Pelo visto o caro leitor aprecia os comentários de um autor sobre cultura, mas, no que tange à própria, não tem lá muita afinidade. A começar pelo idioma...

Quanto à pergunta, já a respondi. Adiante.

A hipótese comunista vai no sentido de arriscar o impossível, de se re-inventar, você está afim de se posicionar como um "phodão" ou dificil de enganar mas acho que não entendeu muito bem.Uma das críticas do Zizek vai no sentido de que as pessoas aceitam a situação político- econômica como permanente e que veio para ficar, o "arriscar o impossivel" vai justamente contra essa mentalidade pequena.

OK, sou um "phodão" porque não estou "afim de" (sic) engolir essa conversa mole de "hipótese comunista" (não depois de 100 milhões de cadáveres – e ainda tem quem ache pouco...). E confesso que não entendo mesmo como alguém ainda vê alguma coisa de positivo nisso. Mas pelo menos numa coisa eu concordo com o Zizek: assim como ele, não aceito a visão de que a situação político-econômica é algo permanente e imutável. Pelo contrário: defendo o ponto de vista completamente oposto, principalmente em lugares como Venezuela, Cuba e Coréia do Norte, onde a "hipótese comunista" veio para ficar. Aqui sou plenamente a favor de "arriscar o impossível" e mandar esses regimes para o raio que os parta, como os árabes estão mandando as ditaduras do Norte da África para o diabo que as carregue. Será que o Zizek diria o mesmo?

O resto nem merece comentário, de tão tosco e rombudo que é. Apenas respondo: sim, a idéia de preservação do meio ambiente é produto do desenvolvimento capitalista; sim, Chernobyl demonstra claramente a falsidade da tal "hipótese comunista" aplicada à ecologia; e sim, gosto de Olavo de Carvalho. O companheiro prefere Emir Sader e Frei Betto?

Quanto ao Parabéns pelo blog "pseudo- intelectual sou phoda": obrigado. Nunca disse que sou um intelectual.

Ô gente besta!

OBAMA E KADAFI: ALGUÉM LEMBRA?

Vocês deixam eu me gabar um pouquinho?

Publiquei o texto abaixo neste blog em 10 de julho de 2009. Vocês irão observar que eu estava sendo, como direi?, premonitório (ou será que era só lucidez mesmo?). Na época, o "mundo" babava por Obama e considerava seu gesto em relação ao ditador e pomba-gira líbio Muamar Kadafi uma mostra de que algo "bom", "histórico", estava acontecendo... Remando contra a maré global de babaquice obâmica, escrevi que o gesto mostrava apenas aquilo que mostrava: a rendição de um presidente dos EUA à tirania e ao terrorismo. Parece que agora, dois anos depois, o pessoal que incensava Obama por apertar a mão desse ditador louco e assassino descobriu que ele, Kadafi, é um ditador louco e assassino...

Pois é. Como dizia um velho conhecido meu: "É chato ter razão"...




A DOUTRINA OBAMA EM AÇÃO (OU: O SIGNIFICADO DE UM APERTO DE MÃO)


A foto acima já está circulando na internet. Ela mostra Barack Hussein apertando a mão do ditador líbio Muamar Kadafi, durante a Cúpula do G-8 que ora se celebra em L'Aquila, na Itália. Barack Hussein faz cara de contrição, como se estivesse confessando algum pecado a Kadafi. Este, por sua vez, não esconde o sorriso de satisfação, parecendo deliciar-se com o momento. Um observador menos atento poderia até achar que é um pai-de-santo atendendo um de seus "filhos" em busca de conselho e orientação espiritual.


Confesso que nem eu, em meus piores pesadelos, poderia imaginar que um dia veria cena tão degradante. O chefe da maior potência mundial, o líder do Mundo Livre, curvando-se ante o coronel Kadafi, o mesmo que Lula chamou de "meu amigo, meu irmão". Dessa vez Barack Hussein conseguiu superar até mesmo o Apedeuta.


Mais surpreendente do que o aperto de mão em si - outro momento "histórico" do governo "histórico" de Obama, como não se cansará de repetir a imprensa obamista - foi a circunstância em que ele ocorreu: a saudação foi dada por iniciativa de Barack Hussein, logo após Kadafi ter insultado os EUA, chamando o país de "terrorista" e comparando-o a Osama Bin Laden. A reação de Barack Hussein à ofensa foi ter corrido até Kadafi e apertado sua mão. Com isso, ele corroborou a afirmação de Kadafi, reconhecendo que os EUA são um país terrorista, comparável a Bin Laden.


Surpreendente, também, mas no pior sentido da palavra, é a forma como a imprensa mundial está tratando o episódio, derramando-se em elogios e rapapés à "atitude altiva" e ao gesto de "estadista" de Barack Hussein. Sim, isso mesmo: a imprensa está aplaudindo Obama por ele ter apertado a mão de um ditador por ele ter insultado seu país e o comparado ao maior terrorista da História...


A ofensa é ainda mais surrealista por ter vindo de quem veio: Kadafi, há 40 (quarenta!) anos no poder na Líbia, onde manda e desmanda com mão de ferro, não é somente um ditador: é um ditador terrorista. Em seu currículo, está uma ampla folha de serviços prestados ao terrorismo internacional, que vai de grupos extremistas palestinos como o Setembro Negro (massacre de Munique, 1972) até o IRA norte-irlandês nas décadas de 70 e 80. Sua obra-prima foi a explosão de um Jumbo da Pan Am sobre a cidade de Lockerbie, na Escócia, em 1988 (270 mortos). Mas, sejamos justos: de uns tempos para cá - mais especificamente, desde que os EUA perderam a paciência com ele e mandaram bomba em sua cabeça, e após o país ter sido ameaçado de pesadas sanções internacionais -, ele tem-se mostrado bastante moderado, até bondoso: imaginem só, ele até aceitou indenizar os parentes das vítimas de Lockerbie...


O aperto de mão entre Barack Hussein e o coronel Kadafi é um gesto significativo. Significa que Barack Hussein quer ficar amigo de ditadores. Significa que ele realmente acredita que o problema do mundo é os EUA, e não bandoleiros como Kadafi ou Bin Laden. Significa que o discurso antiamericano e pró-terrorista finalmente chegou à Casa Branca. Obama deve ter lido e levado a sério a maçaroca antiamericana que Hugo Chávez lhe deu de "presente" alguns meses atrás, "As Véias Abertas da América Latina", de Eduardo Galeano. Só isso explica tamanha complacência com tiranos e assassinos, tamanha inversão da realidade.


Qual será o próximo passo do grande estadista Barack Hussein? Talvez marcar uma partida de beisebol com Fidel Castro, como fez Jimmy Carter. Ou, quem sabe, uma rodada de biriba com Ahmadinejad, enquanto discute com o líder iraniano se o Holocausto existiu ou não. Melhor ainda: um tête-à-tête com Bin Laden nas montanhas do Afeganistão, com cobertura pela CNN e anúncio de mais um feito "histórico" da diplomacia obamista. Entre a decapitação de um infiel e o apedrejamento de uma adúltera, os dois líderes poderão trocar algumas idéias interessantes sobre respeito às diferenças e multiculturalismo.


Na foto em que aparece pedindo a bênção ao tirano Kadafi, Barack Hussein parece estar pedindo desculpas. De fato, é isso o que o gesto demonstra. Kadafi, por sua vez, deve ter pensado: "é, parece que décadas de antiamericanismo raivoso deram resultado; agora sou respeitado e o chefe do Satã imperialista em pessoa vem se rebaixar perante mim e me fazer reverência". Ahmadinejad e Kim Jong-Il podem se regozijar. Pelo visto, terrorism works: o terrorismo funciona. Principalmente se, do outro lado, estiver um governo que prefere capitular a enfrentá-lo.


Tragam o Bush de volta!

quinta-feira, fevereiro 24, 2011

A LÍBIA É AQUI


Mais uma vez, Augusto Nunes, em seu blog, bota os pingos nos is e presta um serviço valioso à verdade. O titulo do texto já diz tudo. A foto aí em cima também.
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Para que os brasileiros deixem a Líbia, basta um pedido de Lula ao amigo e irmão Kadafi

Desde domingo, centenas de brasileiros em perigo na Líbia aguardam o pouso do avião fretado pelo Itamaraty. Desde domingo, o chanceler Antonio Patriota espera sentado a autorização do governo local para o pouso em algum aeroporto. Desde domingo, Lula faz de conta que conhece só de vista o homem que há 42 anos manda e desmanda no país. O que espera Patriota para interromper a amnésia malandra e recordar ao ex-presidente os tempos em que entrava sem bater na tenda beduína onde Muammar Kadafi conversa, descansa e dorme escoltado pela guarda pessoal só de mulheres?

Há pouco mais de um ano e meio, na reunião da União Africana realizada em Sirte, na Líbia, Lula e Kadafi andaram protagonizando cenas que, infiltradas em qualquer dramalhão de cinema, fariam a plateia inteira chorar lágrimas de esguicho. “Meu amigo, meu irmão e líder”, derramou-se o convidado de honra, olhos nos olhos com o anfitrião, na abertura da discurseira. Kadafi pareceu especialmente comovido, naquele 1º de julho de 2009, ao ouvir o parceiro responsabilizar os países industrializados pelo “caráter perverso da ordem internacional”.

Em seguida, o orador acusou a imprensa em geral e os jornalistas brasileiros em particular de tratar com “preconceito premeditado” as relações amistosas entre os governos latino-americanos e as ditaduras da região. Só gente preconceituosa poderia fingir que não vê “a persistência e a visão de ganhos cumulativos que norteia os líderes africanos”, todos muito conscientes de que “consolidar a democracia é um processo evolutivo”. Kadafi ficou tão animado com o palavrório que no encontro seguinte, promovido na Venezuela, propôs uma aliança militar, “nos moldes da OTAN”, entre os liberticidas africanos e os companheiros cucarachas.

No momento, o terrorista vocacional não tem tempo para pensar nessas grandezas: está inteiramente absorvido pela guerra de extermínio movida contra o povo líbio. Mas atenderá imediatamente ao telefone se souber que é Lula quem está do outro lado da linha. E, se ouvir o pedido, não se negará a suspender por algumas horas o bombardeio aéreo da população civil para permitir que o avião do Itamaraty recolha os brasileiros. Ninguém recusa o que pede um amigo e irmão. (Se recusar, o Brasil colherá mais uma prova de que a política externa da cafajestagem, parida pelo que Ricardo Setti batizou de “lulalato”, serviu apenas para envergonhar o país governado por um megalomaníaco).

Além de acionar o ex-presidente, Antonio Patriota deve reforçar urgentemente o esquema de segurança da embaixada na Líbia. Assustado com a força da insurreição popular, Kadafi tem consultado o companheiro Hugo Chavez sobre planos de fuga e refúgios seguros. O último a tratar desses assuntos com o imaginoso venezuelano foi o hondurenho Manuel Zelaya. Os dois decidiram que um bom esconderijo seria a embaixada brasileira em Tegucigalpa. Kadafi avisou nesta terça-feira que prefere morrer a deixar o país. Se Patriota não abrir o olho, o bolívar-de-hospício e o ditador acuado tentarão abrir em Tripoli mais uma Pensão do Lula.

quarta-feira, fevereiro 23, 2011

DITADORES ESCLEROSADOS


O que acontece quando um tirano fala de outro tirano? Defende a tirania, claro.

Pois foi o que o tiranossauro do Caribe e ídolo dos perfeitos idiotas, Fidel Castro, o Coma Andante, fez nesta terça-feira, ao sair das catacumbas em mais uma de suas "reflexões" de publicação obrigatória na "imprensa" (?) oficial cubana. Acreditem, há quem dê atenção a esse tipo de coisa. Desta vez não deu para evitar, tive de ler o troço. O que disse o facínora? Atacou os EUA, claro, que, segundo ele, estariam por trás dos protestos na Líbia e estariam inclusive planejando invadir o país. Os motivos seriam os de sempre: petróleo, a dominação mundial etc. Curioso como ele não lembrou de nada disso no caso do Egito ou da Tunísia. Por que será?

Teve mais. O serial killer e santo de devoção do Apedeuta saiu com um "pode-se estar ou não de acordo com Kadafi, mas...". Como assim, "pode-se estar ou não de acordo"? O companheiro Fidel está falando dos 270 mortos na explosão de um Boeing em Lockerbie, Escócia, em 1988, crime cometido a mando de Kadafi? Ou nas tantas centenas de pessoas assassinadas pelos grupos terroristas financiados com dinheiro líbio nos anos 70 e 80? "Pode-se estar ou não de acordo" com isso, como se pode estar ou não de acordo com uma opinião, sei lá, sobre futebol? Preciso mesmo dizer qual a única atitude decente diante do terrorismo?

Talvez Castro esteja se referindo aos mortos sob tortura ou assassinados pela ditadura de seu amigo, o pai-de-santo Kadafi. Mas aí existe um problema: os líbios não podem discordar de Kadafi, assim como os cubanos não podem discordar da ditadura dele, Fidel, que já dura inacreditáveis 52 – cinquenta e dois! – anos. É por isso, por não poderem discordar do governo sem tomarem uma borrachada na cabeça, que os líbios estão nas ruas pedindo a saída de Kadafi do poder. Quando será que o mesmo ocorrerá na ilha-prisão dos irmãos Castro?

O fuzilador do Caribe aprendeu com Noam Chomsky (ou foi este que aprendeu com aquele, tanto faz) a jogar areia nos olhos dos incautos culpando os EUA (mais uma vez, notem bem: ele culpa os EUA, não Obama) por tudo de ruim que existe no mundo, até mesmo pela existência de ditaduras que têm no antiamericanismo sua razão de ser. Só falta acusar o Tio Sam de ter colocado Kadafi no poder.

Ontem, Kadafi fez uma aparição na TV estatal líbia soltando fogo pelas narinas, prometendo mandar bala nos manifestantes e dizendo que só morto sairá do poder, em que está agarrado desde 1969. Pelo menos nesse último quesito, espero sinceramente que ele cumpra a promessa. O mundo se veria livre de mais um tirano patético e esclerosado.

terça-feira, fevereiro 22, 2011

sexta-feira, fevereiro 18, 2011

O DESCONTROLE PETRALHA



Ah, eles estão descontrolados!

Até mesmo para xingar os outros os petralhas são umas toupeiras. Vejam os comentários involuntariamente hilariantes que dois novos leitores assíduos do blog, um anônimo e outro, que se apresenta como "Carlito", cometeram. Coloco os dois no mesmo post, em parte para economizar espaço, e em parte porque não valem mais do que um post mesmo. Além disso, eles certamente se sentiriam bem um ao lado do outro.

Vamos lá, meninos, aprendam como se deve desmoralizar alguém. Primeiro o anônimo:

Agora são 402 posts sobre o Lula. Isso, fala mais, asno. Eternize o ídolo.Além de arrogante é burro. Bem, os burros sempre são arrogantes. Só assim podem esconder a própria ignorância e/ou frustração. Fica aí no seu mundinho, viuvinha do FHC.Vou deixá-lo só, que é como você vive. Vá buscar comentários em outros blogs, já que o seu tá tão animado quanto as noites do Alasca.

Estou preocupado. Então sou eu que eternizo o ídolo-pai-todo-poderoso? Eu tenho todo esse poder? Mas este não é um blog insignificante, com alguns parcos leitores? Agora fiquei confuso. Será que é porque eu sou arrogante e burro?

Ah, entendi! Então sou doido e doente não porque falo mal do Apedeuta, mas porque falo dele. É isso! O Filho do Barril é tão importante que já alcançou o status de totem, de tabu. Falar sobre ele eterniza o mito. Só pode ser.

Pensei que o caro leitor fosse só disléxico. Mas agora vejo que é cretino mesmo. Viuvinha de FHC? O companheiro não leu nada do que escrevi sobre o clube de socialites esquerdistas que é o PSDB? Preciso colocar mais links? Alguém aí falou em "asno"?

Outra coisa: o blog não tem a menor intenção de ser "animado". Se quer animação, vá ao Carnaval de Olinda ou a um comício do Redentor da Humanidade. Isto aqui não é programa de auditório.

Pronto! Agora são 403 posts sobre o Apedeuta e seus devotos. É minha modesta contribuição ao desmascaramento da maior mentira da História do Brasil. E aos patetas que querem vê-la eternizada, sem que se fale dela.

Agora é a vez do Carlito, aquele que me chama de "senhor" (a propósito, o senhor está no Céu...):

O senhor é muito fácil de ser alfinetado. Basta uma investida e pronto, o senhor revela o direitista, o lambe-saco do PSDB, o babaca que é. Está mais que evidente a serviço de quem o senhor está. Não, não vista o hábito de mocinho, de independente, de contra a safadeza. O senhor é contra as safadezas apenas de uns, as de outros o senhor esconde, varre para baixo de tapete, ignora, "engaveta". Bem fraquinhos os seus argumentos. Diz logo quem o senhor é.

Não sabia que eu era almofada para ser alfinetado... hehe Meu filho, quem disse que é preciso uma "investida" (eu, heim?) para que eu me "revele um direitista"? Não percebeu ainda que sou anticomunista, antiestatista, antipetralha e liberal, ou seja: um direitista, um conservador - logo, na visão de mundo petralha, um membro da elite golpista, um maldito reacionário que se diverte maltratando os empregados e praticando tiro ao alvo em mendigos etc.? Enfim, todos esses rótulos que os petralhas gostam de usar para (des)qualificar todos os que não são nem pensam como eles? Não sacou ainda, meu filho, para que serve e sobre o quê é o blog? (E o babaca sou eu, vejam só...)

Ai meu jesus cristinho: "lambe-saco do PSDB" foi demais! O que esses petralhas têm no lugar do cérebro? Cimento? Ou a mesma matéria orgânica que recheia a cabeça dos camarões? É cinismo ou burrice mesmo, ou as duas coisas? Ô Carlito, tenta ler antes o que já escrevi, rapaz! Aí, quem sabe, quando você já souber tomar sorvete sem sujar a nuca, a gente conversa, tá bom?

A serviço de quem eu estaria? Deixe-me ver, vou me adiantar ao petralha anencéfalo: da CIA, de Wall Street, da Máfia, dos Incas Venuzianos?... Não seria da minha própria consciência? Mas duvido que quem escreve esse tipo de baboseira aí em cima tenha a mínima idéia do que é isso.

Hum... então sou contra as safadezas só de uns é? E boto as de outros debaixo de tapete, é mesmo? Sei, sei... Deve ser porque não sou "nenhumladista" ou "isentista". Ou seja: não caio na lorota de que "são todos iguais" para salvar a cara e encobrir a verdadeira natureza da bandidagem petista. Já cansei de escrever sobre isso aqui, mas desconfio que o Carlito não tenha sequer se dado ao trabalho de pesquisar um pouquinho no arquivo do blog antes de vir aqui vomitar suas petralhices.

Agora, o argumento mais inteligente de todos. Estão preparados? Lá vai:

Sai do armário, meninaaaaaaaaaaaaa!Antes que eu me esqueça, vá morder seu pai na bunda.

Sei não... Sair do armário, morder o pai na bunda... Esses petralhas são estranhos. Será que é isso que eles fazem naqueles congressos do partido?

P.S.: Sei que vai ser difícil para vocês, porque afinal vocês agora não podem mais viver sem o blog, mas não precisam se dar ao trabalho de responder a este post, rapazes. Vocês vão perder seu tempo, porque não vou ler - vai direto para o lixo. Sugiro que tentem pautar outro blog. Neste aqui, vocês não entram mais (já tenho seus IDs, não insistam). Sei que vocês vão ficar tristes, a vida de vocês vai perder o sentido, mas se não quiserem entender, não dou a mínima: podem ir tomar na CUT e vão para a Cuba que os pariu, bando de vagabundos!

TESTE DE PACIÊNCIA (OU: FALANDO DE FOLCLORE PARA DISLÉXICOS)


Tem gente que acredita em outras lendas...
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Ah, que chato!

Se tem uma coisa que realmente testa minha paciência, mais até do que a sonsice e o cinismo, é a burrice. Ou, no caso, a dislexia. Detesto ter de desenhar para quem não consegue traçar uma linha reta entre um ponto e outro.

Um anônimo não entendeu uma frase de meu texto EU, O DOIDO (OU: FALO MAL DE LULA E DOS PETRALHAS, POR ISSO SOU DOENTE):

Lula não existe (palavras suas) e você escreve 400 posts falando dele.Isso é o que eu chamo de uma não-existência de sucesso.

Vamos lá, apertando a tecla SAP:

http://gustavo-livrexpressao.blogspot.com/2011/01/lula-e-minha-anta.html

http://gustavo-livrexpressao.blogspot.com/2009/10/o-boitata-de-caetes.html

Se, depois de ler o que está nos links acima, o leitor ainda não souber do que estou falando, só posso concluir que é alguém com uma séria lesão no córtex cerebral. Ou é só um gaiato mesmo que não tem mais o que fazer.

Fico cá pensando: além de não saber ler e não ter escrúpulos, o que mais é necessário para ser petralha?

UM CONTO DE DOIS LADRÕES (UMA FÁBULA)


Um petralha está chateado comigo porque não deixei que ele pautasse o blog. Ficou bravo porque não permiti que ele transformasse este espaço num palanque para "denunciar" os malfeitos dos outros. Provavelmente, ele pensa que, ao fazer isso, está absolvendo as pilantragens da companheirada. "Se todos roubam, por que se importar?" É assim que pensa essa gente.

Para ficar claro por que não aceito esse tipo de petralhice - a mais cínica e vigarista de todas -, aí vai uma pequena fábula.

Dois ladrões são pegos em flagrante assaltando uma velhinha. Na delegacia, eles tentam se safar dizendo o seguinte:

Ladrão 1: - Seu delegado, sou inocente, não roubei ninguém etc. etc.

Ladrão 2:

- Seu delegado, não roubei; sou vítima de uma conspiração das elites e da mídia. (1a versão)

- Não vi nada, não sei de nada. (2a versão)

- É, sou, mas quem não é? Somos todos iguais. (3a versão)

(Detalhe importante: antes de ser pego roubando, o Ladrão 2 posava de puro e de "diferente", o único honesto da vizinhança; os ladrões eram os outros.)

Pergunta 1: Preciso dizer de quem estou falando?

Pergunta 2: Quem é o mais safado?

Moral da história: Quem bate a carteira é bandido; quem bate a carteira e grita "pega ladrão" é duas vezes mais bandido.

Se safadeza matasse, não existiria mais nenhum petralha vivo.

MAIS UM PARA O LIXO


Outro, um tal Carlito (que ainda por cima me chama de "senhor", ai Jesus...), quis aproveitar para tentar pautar o blog. Escreveu o rapaz:

O senhor já leu o artigo do link abaixo?
(segue o link, com um artigo sobre um tucano - que não vou colocar aqui porque não sou moleque de recados de petista)
Que tal publicar no seu blog? Ah, claro, o senhor é contra os petralhas, apenas.

Nem titubeei. Direto para a lata do lixo.

E sim, sou contra os petralhas. Acha pouco?
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Ah, também sou contra usar blogs alheios como correia de transmissão da petralhada, viu?

Francamente...

EU, O DOIDO (OU: FALO MAL DE LULA E DOS PETRALHAS, POR ISSO SOU "DOENTE".)


Um desses valentes anônimos que pululam na internet e que acham o cúmulo falar mal do Apedeuta entrou no blog e deixou um comentário sobre meu texto O IRÃ É AQUI (em que falo, justamente, de como a religião lulo-petista está transformando o Brasil numa nova República dos aiatolás). Vejam que jóia de sabedoria ele escreveu:

Rapaz, você sempre me surpreende.
Você roda, roda e acaba voltando ao tema de que mais gosta: Lula. Como não tem recebido dos seus leitores - plural? - nenhum comentário contra seus posts sobre o "desencarnado", agora busca em outros blogs. Isso é doença.
Negócio de doido!

Respondo ou vai para o lixo? OK, as duas coisas. Desde que o blog existe, escrevi, até agora, uns 800 posts. Não fiz as contas, mas acredito que, destes, a metade, uns 400, tratam, direta ou indiretamente, do Aiatolula. É muito? Sinceramente, acho que não. Afinal, o sujeito é nada mais nada menos do que o Messias reencarnado, o redentor dos pobres e oprimidos, o presidente mais importante das galáxias desde o big-bang. Diante disso, o que são uns 400 posts?

Realmente, para que falar do Lula? Essa é uma pergunta que sempre me faço. Afinal, ele "não” fez nada do que segue: "não" enganou os trouxas durante trinta anos, falsificando a História e estimulando em torno de si um culto da personalidade criado por intelectuais comunistas; "não" tentou estuprar um companheiro de cela; "não" fez a apologia da ignorância e do analfabetismo; "não" se apropriou do que os outros fizeram; "não" comandou o maior esquema de corrupção da História do Brasil; "não" promoveu o aparelhamento partidário do Estado; "não" entronizou o coronelismo; "não" serviu de porta-voz para ditadores assassinos, sendo cúmplice de seus crimes; "não" transformou o Brasil em valhacouto para terroristas; "não" fez o País passar vexame internacionalmente (e tudo isso com uma multidão de áulicos batendo palmas e repetindo o quanto ele era um sucesso...) etc. Enfim, para que se importar com isso, não é mesmo? Só pode mesmo ser doença. Ou deve ser porque, sei lá,
não tenho recebido comentários de meus poucos leitores. (Menos dos petralhas, que, ao que parece, não podem mais viver sem meu blog. Mesmo com poucos leitores, eles se surpreendem. Por que será?)
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É, sou "doente". Mas sou feliz, obrigado. Não sei se seria tão feliz se, em vez de falar mal do Nosso Guia, eu resolvesse mandar o senso crítico às cucuias e engrossar o cordão de puxa-sacos que, nos últimos oito anos, aumentou assustadoramente. Não sei se assim eu seria mais feliz. Mais rico, certamente, eu seria.

Já falei e repito: Lula não existe. É por isso que falo mal dele. E ainda me dou ao trabalho de responder a mais um comentário cretino de um seu devoto. Haja paciência...

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

WINDS OF CHANGE




Depois de Tunísia, Egito, Iêmen e Bahrein, agora é a vez do maluco dos zóio virado do Irã Mahmoud Ahmadinejad e do pai-de-santo Muamar Kadafi da Líbia provarem o gosto amargo de protestos populares contra a ditadura. A pergunta que não quer calar é: quem será que o bufão venezuelano Hugo Chávez e a múmia cubana Fidel Castro irão culpar dessa vez pela ditadura? Os EUA não dá. Não cola.

Aliás, espera-se que a onda de protestos no Oriente Médio pela democracia chegue um dia à América Latina. Chávez, Castro, Morales, Correa, Ortega... enfim, todos os tiranos e tiranetes louvados pela companheirada: é bom botarem as barbas de molho.

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

O IRÃ É AQUI


Não, não são militantes do PT jurando lealdade ao Guia Genial...
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Ontem, uma cena bizarra ocorreu no Parlamento do Irã. A maioria dos deputados, com os punhos cerrados e gritando slogans, pediu a morte dos líderes da oposição no país. Os parlamentares exigiram punição severa para os dissidentes que, inspirados nos exemplos da Tunísia e do Egito, vêm promovendo há alguns dias manifestações de protesto pedindo o fim da teocracia iraniana. Suas Excelências queriam o sangue dos que se opõem ao regime teocrático, a forca para os infiéis que ousam criticá-lo e pedir democracia na terra dos aiatolás.

De repente me lembrei de Marcelo Madureira.

O humorista do recém-extinto programa televisivo Casseta & Planeta é protagonista de um vídeo que circula desde o ano passado na internet. Nele, Madureira aparece no programa Manhattan Connection, do canal GNT, ao lado de Diogo Mainardi e de Lucas Mendes, falando o que pensa do ex(?)-presidente Lula da Silva. Chama-o, entre outras coisas, de vagabundo e picareta. Um caso raro, raríssimo, de artista que não se rende ao politicamente correto quando trata do chefão dos petralhas, o capo di tutti capi. Esbarrei no vídeo um dia desses, por puro acaso. Está aqui: http://www.pimentanamuqueca.com.br/2010/10/06/humorista-fala-serio-e-chama-lula-de-vagabundo-e-picareta/.

O que mais me chamou a atenção não foi o vídeo em si, mas o que dele disseram alguns comentaristas no blog que o reproduziu. Eis algumas reações:

FICO MUITO TRISTE COM UM ELEMENTO MUITO LOUCO COMO ESSE, ELE SÓ PODE TÁ DROGADO PRA FALAR ISSO DO NOSSO PRESIDENTE, (TOM)

esse sujeito não ofendeu somente ao presidente. ele ofendeu a uma nação inteira. sinto-me indignado como cidadão brasileiro. (marcelo)

Esse Marcelo Madureira é uma “caca”! (leidiqueiti)

Doente! (Vítima)

Cabe aí uma Ação Penal por lesão à honra de um Chefe de Estado. Talvez LULA, com a diplomacia que o acompanha, não queira ir por esse caminho. Mas seria interessante ver esse decadente humorista atrás das grades. Se o momento fosse outro, àquele da ditadura, esse cara não contava mais no mapa múndi. (adriano Mslarsh)

Marcelo Madureira mostra desconhecimento histórico e político. É o típico analfabeto político, falta discernimento numa pessoa dessa ao falar de forma tão deselegante e de fraca argumentação de um dos maiores líderes mundiais. (Camila)


Há muito já deixei de me espantar com o que dizem os devotos de São Luiz Inácio dos Pobres. Mas confesso que ainda sou capaz de me surpreender quando os vejo tomar as dores, com unhas, dentes e verbas oficiais, de seu ídolo. Cresci ouvindo cobras e lagartos dos presidentes brasileiros. O general Figueiredo, por exemplo, era geralmente descrito como um cavalo (e olha que estávamos em pleno regime militar!). Sarney e Collor, então, foram execrados até o desespero. Sem falar em FHC, a besta-fera dos lulo-petistas. Mas falar mal de Lula, não pode. Falar mal de Lula é coisa de "louco" e "drogado", contra quem caberia uma Ação Penal etc. Quem ele pensa que é, esse cidadão, para criticar nosso presidente, um dos maiores líderes mundiais? Ele está ofendendo uma nação inteira etc. Falar mal de Lula, não, isso não pode, é coisa muito feia, é pecado. Quem o fizer, será enforcado ou apedrejado até a morte. Liberdade de expressão? Só se for a favor.

Lula é um inimputável da política brasileira, o maior que já houve em terras tupiniquins. Durante três decadas, posou de madre superiora e de sumo-sacerdote do culto das vestais, acusando todos (os que não fossem petistas, claro) de serem um bando de pilantras e vigaristas. Ele e seu partido, o PT, especializaram-se em demolir reputações alheias enquanto construíam as suas próprias (falsas). Com isso, enganaram muita gente, que estava ansiosa por ser enganada. Não faltou a Lula a adulação babosa de grande parte da imprensa (a mesma que os petistas chamam de "mídia") e de quase 100% dos artistas e intelectuais brasileiros. Uma banda de rock dos anos 80 chegou a gravar uma música baseada numa frase dele, "Os 300 picaretas" ("Luiz Inácio falou, Luiz Inácio avisou"... lembram?). Coberto com uma aura de messias do povo, Lula não poupava ofensas a muitos que hoje são seus amigos de infância, como José Sarney e Fernando Collor. Mal chegou à presidência, confessou publicamente que é um bravateiro. Seus oito anos no poder foram uma sucessão ininterrupta de escândalos. No apagar das luzes de seu mandato, quando achava que ninguém estava vendo, livrou a cara de um terrorista homicida e garantiu passaportes diplomáticos para uma penca de parentes e amigos, inclusive pastores malandros de uma seita dona de uma emissora. Sem trabalhar desde 1975, não estudou porque não quis. Só por isso já merecia ser chamado de vagabundo e picareta, o maior vagabundo e picareta que já ocupou a Presidência da República no Brasil. Nem cito outras pilantragens suas porque aí o texto ficaria interminável.

O Irã parece ser o país ideal para revelar a vagabundagem e a picaretagem do Filho do Barril. Em 2009, o país foi sacudido por uma onda de protestos populares contra a fraude nas eleições que garantiu a permanência de Mahmoud Ahmadinejad no poder. Os manifestantes, que pediam democracia, foram brutalmente reprimidos, e muitos foram assassinados. Lula, então presidente, deu um novo sentido a suas conhecidas metáforas futebolísticas, ao comparar os protestos a um chororô de torcedores cujo time perdeu uma partida de futebol. Não contente em avalizar a fraude, ele ainda se prestou ao papel lamentável de idiota útil da tirania iraniana, ao patrocinar um acordo fajuto para que Ahmadinejad tivesse a bomba atômica. Nas últimas semanas, dezenas de opositores ao regime iraniano que participaram dos protestos de 2009 foram enforcados. Deve ter sido porque o time deles perdeu um jogo...

O Brasil está ficando cada vez mais parecido com o Irã. Aqui, também temos os nossos pasdaran, a nossa polícia religiosa. Muitos deles vivem do dinheiro que recebem do governo para manter seus blogs com elogios a Lula e a sua criatura, Dilma Rousseff. E ai de quem se atreva a criticá-los! Será condenado à fogueira pelo tribunal petista - ou corre o risco de uma ação penal, como ameaçou um dos petralhas acima. O Irã é uma teocracia. O Brasil virou uma pelegocracia.

Há, porém, uma diferença fundamental: no Irã, ao contrário do Brasil, existe oposição. Por estas bandas, não está muito longe o dia em que os deputados erguerão os punhos e gritarão slogans, pedindo a cabeça de quem ouse falar mal do Guia Genial. Só por precaução, renovei o passaporte.

terça-feira, fevereiro 15, 2011

O MITO DO ISLÃ MODERADO


Na véspera do Ano Novo, um carro-bomba fez em pedaços 21 pessoas numa igreja cristã copta em Alexandria, no Egito. A igreja estava lotada de fiéis, que assistiam à missa. Entre os mortos, mulheres e crianças, além de 79 feridos. Uma barbaridade.

No dia seguinte, o papa Bento XVI fez o que se espera de qualquer pessoa decente e condenou o atentado. A reação dos mulás egípcios foi a seguinte: disseram que o chefe da Igreja Católica estava se metendo num assunto interno do Egito. Mais: afirmaram que o Sumo Pontífice não condena os atentados em que morrem muçulmanos no Oriente Médio...

As duas afirmações acima – a última das quais, abertamente mentirosa – não saíram da boca do chefe do Hamas ou de Osama Bin Laden, mas de líderes religiosos considerados "moderados", apontados como interlocutores confiáveis do Islã. Homens tolerantes, enfim.

Fico aqui pensando o que será que tais líderes religiosos diriam se, diante de um atentado contra muçulmanos em Paris ou em Roma, o papa dissesse para eles: "Isto não é problema de vocês; é um assunto interno nosso". Ou então: "Não me lembro de ter visto vocês condenando atentados em que morrem cristãos". Conseguem imaginar o escândalo? No mínimo, os muçulmanos e os intelectuais de esquerda ocidentais iriam às ruas protestar e exigir a cabeça de quem disse uma coisa dessas, tachando-o de hipócrita, de calhorda e de canalha da pior espécie. E com toda razão.

Pois bem. Não me lembro de ter visto nenhum ativista de esquerda organizar qualquer protesto contra os lideres muçulmanos egípcios. Procurei no noticiário, mas não vi nenhum conhecido crítico do Ocidente, nenhum Noam Chomsky, nenhum Tariq Ali, dizer uma palavra de repúdio ou de solidariedade às vítimas do atentado. Por que será?

Há somente uma explicação para esse tipo de duplo padrão moral: na cabeça de religiosos islâmicos, moderados ou não (e de seus aliados seculares ocidentais), a morte de cristãos não é tão grave quanto a de muçulmanos. Isso porque, por mais que se diga o contrário, não existe Islã moderado.

Antes que me entendam mal: não tenho nada contra o Islã como religião privada. Aliás, não tenho nada contra nenhuma crença individual. Para mim, crer em Alá, fazer as abluções, rezar cinco vezes ao dia com o rosto voltado para Meca, é uma questão de crença pessoal. Mas é exatamente aí que está o problema: o Islã não é uma religião privada. Crer ou não em Maomé, para um muçulmano devoto, não é uma questão pessoal. Ponto.

Se há algo que distingue o islamismo das outras religiões, em particular do cristianismo, é que no Islã não existe diferença alguma entre as esferas pública e particular. Pergunte a qualquer muçulmano sobre separação entre religião e Estado e ele provavelmente pensará que está diante de um imperialista, um marciano ou um fugitivo do hospício. É inútil procurar algo semelhante nos paises islâmicos. Até mesmo regimes seculares do Oriente Médio tem um pé no Corão: no Egito, por exemplo, é proibido pregar abertamente outra religião que não a do Profeta (um pastor protestante brasileiro foi preso lá no ano passsado por distribuir bíblias!). O Islã é mais do que um conjunto de regras de conduta moral: é uma ideologia total, que abarca todos os aspectos da vida particular, assim como da política e da economia. Daí que falar em Islã "moderado" é, no minimo, um oxímoro (Islã radical, por sua vez, é um pleonasmo). É uma auto-ilusão, uma fantasia de intelectuais multiculturalistas e politicamente corretos.

Hoje, quando o Egito e boa parte do Oriente Médio estão numa encruzilhada depois da queda do ditador Hosni Mubarak (no que foi, em tudo menos no nome, um golpe de Estado, mas não é de bom-tom dizer), a tendência é ignorar esse fato. Cansei de ler comentários de pessoas ditas sérias celebrando a participação da Irmandade Muçulmana no novo governo de transição do Egito como uma mostra de que o país estaria entrando, enfim, numa nova era de "democracia". Esquecem que, com os islamitas, a primeira eleição democrática da qual sairão vitoriosos será tambem a última. Se alguém duvida, pergunte ao Hamas ou ao Hezbollah.

segunda-feira, fevereiro 07, 2011

AINDA O EGITO: DESENHANDO PARA IDIOTAS


Alguém ainda não entendeu - ou finge não entender - o que está em jogo no Egito (e no Oriente Médio em geral). Um anônimo escreveu o que segue: ,

Gustavo, sua lógica agora me deixou confuso. Então no Egito deveria se manter uma ditadura sendo ela apoiada pelos EUA.
Agora em Cuba a ditadura " Castrista" não é aceita simplesmente porque " ha uma alternativa melhor ?" coisa que o Egito não tem ??? usando suas proporias palavras " Me parece uma forma de ofende-los".
A ditadura de Mubarak não oferece risco aos EUA porque se aliou a ele, já a ditadura iraniana e cubana são autônomas e por isso oferecem risco a hegemonia americana.

Fico pensando: será que quem escreveu o que vai aí em cima se deu ao trabalho de pelo menos ler o que critica? Ou - o mais provável - é só alguém apostando no "nonsense"? Deixa pra lá. Respondo assim mesmo. .

Em primeiro lugar, em que momento eu digo, caro leitor, ou mesmo sugiro, que a ditadura de Mubarak deveria ser mantida? Vou lembrar mais uma vez: Mubarak é um ditador, e toda ditadura é desprezível. Uma ditadura da Irmandade Muçulmana, então, seria muito mais do que desprezível - seria uma catástrofe, e não só para o Egito, mas para a paz e a segurança da região. Mubarak é um desastre para os egípcios. A Irmandade Muçulmana no poder seria um desastre para o mundo. Alguma dúvida quanto a isso?

Quanto à ditadura comunista de Cuba, o que dizer? A alternativa para ela é uma só - a democracia. Ao contrário do Egito, Cuba não tem uma Irmandade Muçulmana. Alguma dúvida quanto a isso também?
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Já quanto ao Irã, é aquilo que o Egito será se a Irmandade Muçulmana chegar ao poder. Esse risco existe e é a cada dia maior.

A pessoa que escreveu o comentário considera "autônomas" ditaduras que não são aliadas dos EUA e do Ocidente. Deve achar, portanto, que existem ditaduras autônomas e não-autônomas - a do Egito seria uma destas. Seu critério para definir a autonomia de um regime não são eleições livres, pluralismo político e liberdade de expressão, mas o ódio aos EUA e ao Ocidente. Autônomos, portanto, seriam os regimes que odeiam a liberdade ocidental. Autonomia seria sinônimo de antiamericanismo. O que dizer dessa sandice?
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Para ficar claro, vamos lá, didaticamente: .

- Mubarak é um ditador. Ahmadinejad é um ditador islamita fanático e negador do Holocausto.
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- O Egito é uma ditadura laica. O Irã é uma ditadura teocrática.

- O Egito tem um acordo de paz com Israel. O Irã jurou varrer Israel do mapa. .

- O Egito é aliado dos EUA e do Ocidente. O Irã financia grupos terroristas.

Qual dos dois é pior? .

Entendeu agora? Posso até desenhar, mas, por favor, não me peça para segurar na mão, OK?

sábado, fevereiro 05, 2011

ATRAÇÃO PELO SUICÍDIO (OU: SALVANDO OS ESQUERDISTAS DELES MESMOS)


Pelotão de fuzilamento no Irã, 1979: muitos achavam que nada seria pior do que o Xá...
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Uma característica definidora da loucura é a falta total de senso de proporções. Alguém que mata uma pessoa a sangue-frio é um assassino. Quem faz o mesmo com dez, ou cem, ou mil, é dez, cem ou mil vezes assassino. O primeiro deve ser condenado pela morte que causou. O segundo, pelos dez, cem ou mil assassinatos que perpetrou. Ou, dito de outro modo: as penas devem ser proporcionais ao crime cometido. Isso é tão óbvio que seria imediatamente apreendido até por crianças de cinco anos, se crianças dessa idade tivessem idéia do que é um assassinato. Não pelo louco. Para este, tanto faz se se mata um ou cem, ou dez, ou mil, ou um milhão. Em seu cérebro perturbado, não existe qualquer diferença, nenhum sentido de proporcionalidade. Cortar um galho de árvore ou atear fogo a uma casa com os moradores dentro, para ele é tudo a mesma coisa.

Por mais que se explique, por mais que se mostre, por mais que se prove para um louco - no caso, um imbecil irremediável, incapaz de qualquer pensamento minimamente lógico - esse tipo de coisa, sempre haverá, infelizmente, quem prefira ignorar o óbvio e escolher, entre dois males, o pior. Nunca subestime a capacidade de certos espíritos de desprezar o perigo e de cavar seu próprio túmulo. Por burrice, estupidez, malícia ou oportunismo, não importa: sempre haverá quem corteje a própria ruína, a própria destruição. Qualquer pessoa sensata concluiria logo que é preciso proteger esses indivíduos deles mesmos, pois são como crianças. Totalmente irresponsáveis, não são capazes de cuidar de de si mesmos, que dizer dos outros. Débeis mentais ou loucos psicóticos, para usar a terminologia científica.

Fiz o preâmbulo acima porque, mais uma vez, os fatos parecem confirmar um padrão histórico, já tantas vezes repetido. Estou falando das manifestações no Egito. Escrevi aqui um post sobre o tema. Deixei claro - pelo menos, acredito que está claro no texto - que considero o regime de Hosni Mubarak uma ditadura, e que desprezo todas as ditaduras. Escrevi também que, malgrado esse fato, existe a possibilidade alarmante de que, uma vez derrubado o regime de Mubarak, algo muito pior - uma teocracia islamita - tome seu lugar no Egito, do mesmo modo que a queda do regime despótico do xá do Irã deu lugar à tirania muito mais opressiva dos aiatolás em 1979. Apontei para o fato de que fanáticos islamitas estão posando oportunitiscamente de democratas nas manifestações, com o intuito de impor sua própria tirania, muito pior do que a atual, e enterrar assim, definitivamente, qualquer esperança de democracia. E isso não só no Egito, mas na Tunísia, no Sudão, no Iêmen, na Jordânia, no Líbano - enfim, onde quer que haja radicais muçulmanos à espreita, prontos para tomar o lugar de autocracias seculares pró-ocidentais - e IMPEDIR QUE ESTAS SE TRANSFORMEM EM DEMOCRACIAS, é bom que se diga.

Pois não é que, em vez de entender o alerta acima, há quem veja no que eu disse uma contradição? Pior: uma defesa de Mubarak?
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Um tal de Pereira, por exemplo, que acredito seja o mesmo que tomou uns cascudos aqui outro dia, escreveu o seguinte sobre meu texto EGITO: O QUE ESTÁ EM JOGO (E AS BESTEIRAS QUE ANDAM DIZENDO POR AÍ):

Agora você está numa bela sinuca. Ou apóia Mubarak, um ditadura ou apoia a reinvidicação popular, mesmo que islâmica. Se escolher por Mubarak fica óbvio para mim e os demais leitores deste blog que você possui uma tendencia totalitária (ao contrário do que vem dizendo) e uma atitude contra o Islã e os religiosos mulçumanos.

O que passa no cérebro de quem produziu semelhante disparate? Para o tal Pereira, ao que parece, só existem duas alternativas no Oriente Médio: ditaduras seculares alinhadas ao Ocidente ou teocracias islamitas. Ou, no caso do Egito: Mubarak ou a Irmandade Muçulmana. E nada - absolutamente nada - entre um e outro. Nada mesmo. Democracia, por exemplo, nem pensar.

O rapaz não se dá conta, nem sei se tem a capacidade intelectual para compreender, mas, ao colocar a coisa nesses termos, confessou não acreditar em democracia no Oriente Médio. Para ele, ou é Mubarak ou é a Irmandade Muçulmana, e ponto final. E - afirma - escolher Mubarak seria mostrar uma "tendência totalítária (!) contra o Islã e os religiosos mulçumanos" (SIC) etc. Ou seja: o sujeito é tão inconsciente do que diz que, após confessar seu pouco apreço pela democracia naquela região, confessa em seguida sua preferência pela... Irmandade Muçulmana! Precisa dizer mais?

Ainda que - enfatizo o ainda que - a opção no Oriente Médio fosse entre os mubaraks e os fundamentalistas muçulmanos, está claro como água, para qualquer pessoa que tenha um mínimo de respeito à inteligência (para não falar em amor à própria vida), que uma ditadura secular e pró-ocidental é infinitamente menos nociva e menos perigosa do que uma teocracia islamita (ou seja: não deixa de ser algo ruim, mas é menos ruim, entenderam?). Se têm alguma dúvida, perguntem aos iranianos ou aos palestinos na Faixa de Gaza, que em 2006 viram uma ditadura secular brutal e corrupta (a do Fatah) substituída pelo reino de terror dos fanáticos do Hamas (surgido, aliás, da Irmandade Muçulmana).

Em 1979, muitos comunistas participaram, entusiasmados, da revolução popular que pôs fim à ditadura do xá do Irã. No dia seguinte, estavam todos na cadeia ou executados pelos pelotões de fuzilamento do regime fundamentalista xiita que se instalou em seguida. Eles também acreditavam que nada poderia ser pior do que o regime do xá. Negligenciaram o perigo do fundamentalismo islamita. Desse modo, cavaram sua própria sepultura.

Talvez ainda haja tempo de salvar a cabeça dos que acham que nada é pior para o Egito do que Mubarak. Mas, pelo visto, a atração dos esquerdistas pelo suicídio é realmente muito forte. É preciso salvá-los deles mesmos.

A IDEOLOGIA DA REDE GLOBO


O ator Carlos Vereza está indignado. Dizendo-se nauseado com o bom-mocismo imperante em grande parte dos meios de comunicação, ele resolveu criar um blog em que - de forma intermitente, como diz -, solta o verbo e não poupa adjetivos para se referir aos lulo-petistas e sua herança maldita.
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Em seus posts, verdadeiros desabafos, o chefão petralha, o apedeuta amigo de negadores do Holocausto e apedrejadores de mulheres, é brindado com epítetos como canalha e cafajeste (o que, diga-se, é até pouco para descrevê-lo). Revoltado com os rumos do País, particularmente nos últimos oito anos, Vereza deixa transparecer em seu blog - que é um dos mais acessados na rede, com mais de 3 milhões de visitas, e já começa a incomodar os lulo-petistas -, todo seu horror cívico e toda sua sinceridade. Numa entrevista no programa de Jô Soares, ele aparece dizendo o que ninguém de seu meio tem coragem de dizer, chamando Lula claramente de Ali Babá (em referência aos 40 indiciados no caso do mensalão). Em um post recente, ele pergunta onde estão as Forças Armadas, diante de tamanha roubalheira e sem-vergonhice. Suas críticas não se resumem à polìtica: em vários textos, ele denuncia implacavelmente a agenda gayzista e abortista que o governo dos companheiros tenta impingir à educação no Brasil, mediante, por exemplo, kits sexuais distribuídos a crianças de sete anos de idade nas escolas públicas. (Para quem quiser conferir, é só clicar aqui: http://carlosverezablog.blogspot.com/)

O protesto de Carlos Vereza surpreende pelo personagem. Veterano ator de teatro, cinema e televisão, premiado em diversos festivais, convertido ao espiritismo, Vereza era conhecido, até há pouco, por suas idéias políticas de esquerda. Foi, inclusive, membro do Partido Comunista no período mais duro do regime militar, tendo, pelo menos em uma ocasião, feito parte da rede de apoio do pessoal da luta armada - segundo o jornalista Geneton Moraes Neto, foi ele o cabeleireiro improvisado que, em 1969, tingiu os cabelos do então terrorista Fernando Gabeira, para ajudá-lo a escapar do cerco da repressão política, que o caçava pelo sequestro do embaixador dos EUA no Brasil. Mas o mais surpreendente: há décadas, Vereza é contratado da Rede Globo de Televisão.

Assim como todo brasileiro com 30 anos ou mais, cresci tendo de aturar as novelas da Globo - as quais, por mais que se tentasse, era impossível ignorar - e
vendo as notícias do Jornal Nacional (em minha época, na voz da dupla Cid Moreira-Sérgio Chapelin). Também como todo brasileiro, cresci ouvindo que a Vênus Platinada era uma empresa voltada para a defesa dos interesses capitalistas-imperialistas e que só crescera devido à sua associação íntima com a ditadura militar. Cansei de ver figuras como Leonel Brizola desancando a Globo, prometendo mover mundos e fundos para acabar com ela. Seu dono, o jornalista Roberto Marinho, era a própria encarnação do demônio.

A exemplo do que acontece com Hollywood, a visão prevalecente em muitos setores é de que a Globo é uma emissora "de direita", vinculada a valores políticos conservadores etc. Nada poderia ser mais falso. Hollywood é, como demonstram pesos-pesados como George Clooney, Sean Penn e Oliver Stone, um celeiro de esquerdistas (leiam, por exemplo, Fidel: Hollywood's Favorite Tyrant, de Humberto Fontova, que revela apenas um exemplo de idolatria hollywoodiana por um ditador antiamericano). Do mesmo modo, a Rede Globo, p
or meio de seu noticiário e de suas telenovelas, nada mais faz do que propagar a ideologia esquerdista e (sem trocadilho) globalista, servindo de porta-voz das causas politicamente corretas.

Há muito que cultura, no Brasil, é aquilo que se convencionou chamar de "Artes & Espetáculos" - ou seja: um misto de show business e propaganda ideológica. E a propaganda ideológica, na Globo, está longe de ser velada. Pelo contrário: ela é aberta e explicitamente exercida, todos os dias, praticamente o dia todo.

O maior exemplo recente do engajamento da emissora do Jardim Botânico com causas esquerdistas foi dado em 2005, durante o chamado "plebiscito do desarmamento". Na ocasião, a Globo mobilizou uma multidão de artistas e jornalistas na campanha para convencer a população de que ela ficaria mais segura se abdicasse de seu direito legal a ter uma arma, se assim decidisse. Infelizmente para a beautiful people, parece que os
argumentos de especialistas como José Mayer e Felipe Dylon não foram muito convincentes, porque a idéia do desarmamento foi humilhantemente derrotada nas urnas, por 64% dos votos...

Não somente na questão do desarmamento a Globo tentou influenciar e manipular desavergonhadamente a opinião pública. Todos os dias, um comercial produzido e veiculado pela emissora lembra, em tom apocalíptico, que, se a humanidade não fizer nada, o aquecimento global irá destruir o planeta. "De que lado você está?", pergunta o locutor, inquisitorialmente. A Globo é que parece não saber ao certo onde está o lado da verdade nessa questão, pois já se sabe que o aquecimento global é uma farsa, inventada pelos cientistas do Painel Inrernacional sobre Mudanças Climáticas (IPCC) da ONU e já totalmente desmascarada por qualquer pesquisador sério.

Mas é no terreno dos costumes - ou do "comportamento" - que a militância esquerdista da Globo se faz sentir com mais intensidade. Façam um teste e contem quantas vezes, em alguma telenovela, aparecem personagens homossexuais. Agora tente ver quantos desses personagens são vilões ou, pelo menos, pessoas normais, com defeitos como todos os demais. Achou algum? Nas novelas da Globo, os gays são sempre personagens unimensionais, figuras engraçadas, de bem com a vida, ou - o que é cada vez mais frequente - vítimas de vilões "homofóbicos" (se for algum pastor protestante, então, é melhor ainda). Jamais como seres de carne e osso. Já é um item obrigatório dessa subliteratura: mesmo que o enredo se passe num quartel ou num mosteiro, deve ter não um, mas vários gays. E todos bonzinhos, para não assustar as crianças.

À propaganda gayzista junta-se o pobrismo e o vitimismo social característicos do mais vulgar marxismo de botequim, herança maldita dos anos 60 (quando se formaram a maioria dos noveleiros e diretores da Globo, quase todos notórios homossexuais). Esse pobrismo e esse vitimismo se refletem na "denúncia" de problemas como o "racismo" contra os negros e os mais pobres, sempre vistos como pessoas mais dignas e mais decentes do que os ricos (estes só são bons e decentes quando se colocam contra o pai ou a mãe milionários em defesa dos oprimidos). No mundo da Globo, favela é "comunidade" e alguma ONG está sempre fazendo o bem em algum lugar da periferia. Para completar o bom mocismo, vez ou outra se inclui um "marketing social" em alguma telenovela (como as soporíferas de Manoel Carlos), com alguma mensagem edificante sobre o valor da vida para cadeirantes, deficientes visuais, pessoas com sindrome de down etc. Finalmente, alguma "ação social" - um projeto com crianças em alguma "comunidade", por exemplo - de Luciano Huck ou de Sérgio Grossman dão um verniz todo especial a essas pessoas maravilhosas.
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E assim por diante. Praticamente não há causa de esquerda, politicamente correta e chancelada pela UNESCO e pela UNICEF que a Globo não adote e promova. E assim também em política. Alguns exemplos: em 1992, a Globo levou ao ar uma minissérie, Anos Rebeldes, passada durante o regime militar, que mostrava de forma completamente edulcorada e falsificada a luta armada do período; quatro anos depois, uma telenovela, O Rei do Gado, mostava o MST como um movimento justo que reivindicava a posse da terra contra a opressão dos latifundiários. E tome blablablá em favor da "reforma agrária" etc.
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Tão imersa está a Globo na tarefa de propangadear o esquerdismo que chega ao ponto de sacrificar a si mesma, como um bom militante. No ano passado, a emissora deixou de levar ao ar a vinheta de comemoração de seus 45 anos de existência, porque a chamada trazia, obviamente, o número 45 em seu logo. Os petistas chiaram, vendo nisso uma forma subliminar de propaganda política a favor do candidato adversário, cujo número era 45. O que fizeram os bons moços da Globo? Capitularam a essa pressão ridícula dos petralhas, e retiraram a mensagem do ar.

Seria de esperar, portanto, que a principal concorrente da Globo, a Rede Record, uma extensão da seita conhecida como Igreja Universal do Reino de Deus, defendesse um ponto de vista contrário e oposto ao esquerdismo global, certo? Errado. A Record, que faz um jornalismo totalmente chapa-branca, segue em tudo os passos da concorrente, para tomar o seu lugar. A TV do "bispo" Edir Macedo não só copia os programas da Globo de forma descarada (contratando atores, diretores e jornalistas da rival), como também reproduz e amplifica a agenda político-ideológica da emissora carioca. Com a única diferença que faz isso de forma muito mais escancarada, sem qualquer pudor, e com uma qualidade muito inferior. A Globo é ruim. A Record é pior. Uma verdadeira mutante, por assim dizer.

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Se o bom-mocismo politicamente correto se restringisse aos estúdios do Projac e às festas das pessoas maravilhosas que o frequentam, já seria chato o suficiente. O problema é que essa é uma tendência hegemônica em todas as emissoras e meios de comunicação no Brasil. Também aqui a Globo dá o tom, e os outros canais a seguem. Carlos Vereza tem razão em estar nauseado.

UM POUCO DE HISTÓRIA NÃO-OFICIAL: OS CUBANOS NA ÁFRICA (OU: QUANDO FIDEL CASTRO TENTOU IGUALAR-SE A NAPOLEÃO)


Às vezes alguém me surpreende com um comentário curioso, ou fora do comum. Como o de um leitor anônimo, que diz trabalhar para uma estatal do governo de Angola desde 2002, e já ter morado em Luanda por dois anos. Ele me pede que escreva alguma coisa sobre a guerra civil que se abateu sobre Angola desde a independência do país de Portugal, em 1975. Ele gostaria de conhecer minha opinião, como professor de História, sobre o conflito e, em especial, sobre o apoio que um dos lados, a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) do falecido Jonas Savimbi, recebeu de "determinados países" etc.

OK, vamos lá. Mesmo sabendo que é mais uma tentativa de pautar o blog (desconfio saber a posição do autor do comentário sobre o tema). Além do mais, como já estudei o assunto, não vejo por que não compartilhar aqui minhas impressões a respeito.

Provavelmente, o autor do comentário gostaria que eu escrevesse o seguinte:

Em 1975, as gloriosas forças internacionalistas cubanas, inspirados no exemplo do Guerrilheiro Heróico Ernesto Che Guevara, acorreram voluntariamente em socorro do povo irmão de Angola, que acabara de se tornar independente, após renhida e heróica luta de guerrilhas, contra o colonizador português. Sob a liderança sempre sábia e esclarecida do companheiro comandante-em-chefe Fidel Castro Ruz, as tropas cubanas, movidas pelo forte sentimento de solidariedade internacionalista, atravessaram o Oceano Atlântico num esforço inédito - apelidado de Op
eração Carlota - para auxiliar as forças amigas do progressista MPLA contra os mercenários da FNLA e da UNITA, a soldo do imperialismo ianque e do regime fascista da África do Sul. Foi uma luta gloriosa, marcada por batalhas heróicas como a de Cuito Cuanavale (1988), em que os bravos soldados de Martí enfrentaram e derrotaram as hordas do odioso regime do apartheid sul-africano, apoiado pela Casa Branca e pelo dinheiro de Wall Street. Graças à bravura e à tenacidade dos combatentes cubanos, muitos deles negros, as forças do imperialismo e do racismo foram rechaçadas em Angola, a independência da Namíbia foi assegurada e o regime criminoso do apartheid chegou ao fim na África do Sul...

É mais ou menos assim que a História da intervenção cubana em Angola - e na África, em geral - é contada pelo Granma, o jornal oficial da ditadura dos irmãos Castro em Cuba (e, acredito, pelo governo do MPLA em Angola). A verdade histórica, porém, é um pouco diferente desse conto cor-de-rosa.
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A intervenção cubana em Angola começa muito antes da independência, já no começo dos anos 60 (para ser exato, em 1964), quando a ditadura castrista começa a treinar guerrilheiros do MPLA. Nessa época, Fidel Castro e Che Guevara se dedicavam a "exportar a revolução", mediante organizações criadas por Havana como a Organização de Solidariedade para a África, Ásia e América Latina (OSPAAL) e a Organização Latino-Americana de Solidariedade (OLAS, uma espécie de proto-Foro de São Paulo). Com base nesse objetivo, os barbudos começaram a fornecer treinamento, dinheiro, armas e pessoal para diversas guerrilhas no Terceiro Mundo, em especial na América Latina (e, ao contrário do que conta a lenda, não somente contra regimes ditatoriais - vide a Colômbia e a Venezuela nos anos 60, por exemplo). Já em 1962, Fidel Castro pronuncia sua famosa Segunda Declaração de Havana, na qual promete "transformar os Andes na Sierra Maestra da América do Sul". O objetivo, como escreveu o porco fedorento Che Guevara, era "criar um, dois, vários Vietnãs"...

Um lugar que parecia perfeito para os cubanos colocarem em prática essa idéia incendiária era a África. Foi para lá que Guevara se dirigiu, em 1965, para tentar organizar uma guerrilha no Congo. A guerrilha foi um fracasso total, como o próprio Guevara admitiu - um de seus contatos no Congo era um tal Laurence Kabila, que trinta anos depois se destacaria como um dos maiores carniceiros e genocidas africanos -, só sendo superada pela aventura fracassada da guerrilha de Guevara na Bolívia, em 1967 (quando morre o homem e nasce a lenda - e bota lenda nisso...).

Mas, voltando à Àfrica. Em meados dos anos 70, as guerrilhas latino-americanas apoiadas por Cuba haviam sido quase todas derrotadas (inclusive no Brasil), e Fidel Castro, cada vez mais dependente economicamente da URSS (e talvez um pouco entediado também), estava inquieto. Ele precisava de uma ação gloriosa, uma campanha militar, para se projetar internacionalmente como líder do Terceiro Mundo. Mas onde? Quase todas as colônias africanas já haviam conquistado sua independência. Quase todas, menos as colônias de Portugal. E, dentre estas, principalmente Angola, a mais rica de todas (petróleo, diamantes etc.).

Assim, em 1975, antes mesmo da declaração de independência (em novembro), ele começa a enviar primeiro "assessores" e depois tropas a Angola. O país se transformara num palco da Guerra Fria, com três forças se digladiando: o MPLA, marxista e apoiado, além de Cuba, pela URSS; a FNLA (apoiada pelo Zaire); e a UNITA (apoiada pela China, pelos EUA e pela África do Sul). Nos combates, o MPLA sai vitorioso e impõe sua ditadura, com apoio cubano, que dura até hoje.

Tudo isso é conhecido. O que poucos sabem é por que Fidel Castro resolveu mandar quase 30 mil soldados a Angola. Aqui é que entra minha visão de professor de História.

Em primeiro lugar, havia a ambição pessoal do Coma Andante (também conhecido pelos cubanos como Esteban - "Este Bandido"). Nos anos 70, ele queria emergir como figura de proa da causa terceiro-mundista, ou do "movimento não-alinhado", que estava então no auge. Ele necessitava disso, em parte por razões pessoais, ligadas à egolatria, e em parte porque desejava também livrar-se um pouco da dependência em relação à URSS, acentuada após uma série de desastres econômicos (Cuba é um exemplo perfeito de como destruir um país em nome do socialismo). Por esse motivo, ao que tudo indica a decisão de intervir em Angola foi dele, Fidel Castro, e não dos soviéticos, que parece ficaram até preocupados de início com a decisão (era a época da "détente" entre a URSS e os EUA). De qualquer modo, o Napoleão do Caribe viu recompensada sua ambição ao ser eleito, em 1979, presidente do "movimento não-alinhado" (apesar de ter tido que justificar, no mesmo ano, a invasão soviética ao Afeganistão, como justificara em 1968 a invasão soviética da Tchecoslováquia - sabem como é, Fidel é um "antiimperialista"...). E havia, claro, outros motivos internacionalistas para estar em Angola: motivos negros (petróleo), brancos (marfim), brilhantes (diamantes)... Esses motivos, ao que parece, também seduziram o comandante das tropas cubanas em Angola, o general Arnaldo Ochoa Sánchez, fuzilado em 1989 (pelo menos é o que está na acusação contra ele - o mais provável, a meu ver, é que tenha sido um expurgo).

Mas os cubanos são um povo generoso, e havia outras latitudes que demandavam sua assistência. Outro país africano que conheceu a solidariedade do regime castrista foi a Etiópia, que em 1974 se tornou um regime marxista. Os cubanos estiveram por lá também, dando uma força para o companheiro Mengistu Hailé Mariam, que estava brigando com os somalis por um pedaço de deserto. Morreram alguns milhares de etíopes e somalis, mas nada comparado ao 1 milhão de mortos na grande fome de 1984. Enquanto o povo etíope morria, os cubanos estavam por lá, ajudando o regime de Adis-Abeba.

"Ok, ok, mas você não vai falar nada da África do Sul? O Nelson Mandela agradeceu ao Fidel pela luta contra o regime do aparheid" etc. Pois é, né? Um dos grandes mistérios para mim é como alguém como Mandela, incensado pelo mundo como um líder democrático, viu alguma relação entre a presença cubana na África e o fim do apartheid na África do Sul. Provavelmente, isso se deve ao fato de que ele estava preso na época, sei lá eu... Sei apenas que a queda do apartheid na África do Sul não teve nada a ver com o que os cubanos fizeram em Angola: o regime caiu por causa da combinação de um forte movimento de oposição interna com as pressões da comunidade internacional - pressões que a ditadura castrista nem de longe conhece, apesar de toda a retórica sobre o "bloqueio".
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Quanto a Cuba, bom... Depois de tanto dinheiro jogado fora e, principalmente, de tantas vidas perdidas em guerras e aventuras inúteis no exterior para saciar a megalomania de um unico homem, o país é hoje uma ruína - econômica, física, social, moral. Somente a censura e a repressão a quem pensa diferente do regime funcionam. Realmente, um modelo de solidariedade a ser exportado...
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Bom, acho que é isso. Não sei se preenchi as expectativas do caro leitor. Provavelmente não. Mas quem disse que ligo para isso? Para mim, são os fatos que interessam. Não o que diz Fidel Castro.

sexta-feira, fevereiro 04, 2011

MAIS MASSINHA I - VAMOS VER SE AGORA ELES ENTENDEM...


Eis um exemplo de imprensa imparcial, segundo os lulo-petistas...

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Um leitor anônimo se faz de tolinho (ou é tolinho mesmo, vai saber). Ele (ou ela) coloca em questão o nome do blog (pelo menos não quer iniciar um debate sobre vírgulas e acentos agudos). Eu, como sempre, aproveito para me exercitar dando umas chineladas. Vejam o que ele (ou ela) escreveu sobre o post FINALMENTE, UM ARGUMENTO IRREFUTAVEL (II):

Muito bem, rapaz.
Se algum incauto der uma passada d'olhos nesse seu texto, sei não, pode até ficar com a impressão de que você é um cidadão imparcial, tolerante, crítico do que julga estar errado, doa a quem doer. Mas tem que ser uma olhada rápida. Nada de reler.
Vamos lá. Primeiro: quem disse que sou imparcial? Coloque um petista e um tucano na minha frente e eu direi que com um deles, pelo menos, existe a possibilidade de diálogo. Não sou "imparcial" coisa nenhuma. Essa imparcialidade a favor do lulo-petismo não é comigo. Já deixei claro o que acho disso em vários textos. Mas pelo visto o leitor acima não deu sequer uma rápida passada d’olhos em nenhum deles. Assim fica difícil.

Outra coisa: por que Blog Do Contra? Você é contra o quê?!
Puxa vida, ainda não percebeu? Já contei a história do nome do blog aqui, não vou me repetir. Tudo bem, vou explicar. Preste atenção.

Vamos lá...

1) Você enxovalha o PT. A grande imprensa também.

De que "grande imprensa" o companheiro (ou companheira) está falando? A única "grande imprensa" que "enxovalha" o PT, ao que eu saiba, é a VEJA. Aliás, "enxovalha" nada: simplesmente divulga as petralhices da companheirada. Ao contrário da imprensa "imparcial" ou "nenhumladista", como a Istoé e a (essa é uma maravilha!) Carta Capital. Essas sim, modelos de imprensa "isenta" e "equilibrada"... Mais uma vez: que grande imprensa? A TV do "bispo"?

Aliás, é curioso: o lulo-petismo é, em grande parte, uma criação da imprensa - e falo da grande, da enorme imprensa -, que fez de tudo durante 30 anos para enaltecer o "único partido decente do Brasil" e o "lider metalúrgico dos trabalhadores"... Cansei de ver jornalista com bottom do PT no peito. Sem falar nos intelectuais, nos artistas etc. Chegaram mesmo a fazer musiquinha para ele e tal. Agora vem alguém e acha que é o inverso, porque com o mensalão em 2005 uma parte da imprensa - a parte que o cleptopetismo no poder não conseguiu cooptar com verbas oficiais - resolveu se render aos fatos e fazer jornalismo. Vai entender... (Ou melhor, entendo sim: é que os lulo-petistas não engolem o fato de que existe uma imprensa que eles não conseguiram ainda controlar. Aí estão o PNDH-3 e a Confecon do comissário Franklin Martins para provar.)

2) Você faz críticas açucaradas ao PSDB e fecha os olhos para os milhares de mazelas da tucanalhada. A grande imprensa também.
Eis algumas críticas minhas "açucaradas" ao PSDB e às mazelas da tucanada:
- São um bando de maricas incapazes de organizar uma oposição que justifique o nome;
- São um clube de dondocas e socialites, que temem mais denunciar o petralhismo e passar assim por "de direita" do que perder uma eleição;
- São liderados por um sujeito que é tao ou mais estatista e esquerdista do que os lulistas em vários aspectos;
- Enfim, são cúmplices, por omissão, medo, covardia ou comprometimento ideológico (ou sei lá mais o quê) de todas as cafajestagens dos lulo-petistas. É pouco ou quer mais?
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Certamente, o companheiro autor do comentário gostaria que as minhas críticas ao PSDB fossem outras. Que eu os chamasse, sei lá, de "neoliberais", "partido da elite" ou outra bobagem do tipo. Sinto desapontá-lo. Afinal, isso simplesmente não é verdade – infelizmente. Além do mais, sou do contra, esqueceu?

3) Você é macaquito de americano. Chega a ser aculturado, como já disseram aqui. Só falta dizer que a crise financeira de 2008 foi obra do PT. A grande imprensa também.
- OK, sou "macaquito de americano"... Mas de que americano? Do Obama? O companheiro leu algum texto meu sobre o Lula americano aqui? Ou é simplesmente disléxico?

Não, a crise financeira de 2008 não foi obra do PT. Aliás, é preciso reconhecer: se tem algo em que os petralhas não têm nenhuma responsabilidade, é na economia. Tanto que governam há oito anos com o programa do PSDB, e ainda dizem que é tudo obra deles. Na economia, o PT não fez nada. Ainda bem.

Mais uma vez: o que raios o camarada quer dizer com "grande imprensa"?

Qual é a novidade, senhor-do-contra?!!!!
Não percebeu ainda? Se desta vez o dito-cujo nao perceber a novidade, aí só desenhando mesmo....

PS: Ah, sim... Não sabia que o Partido Democrata dos EUA havia registrado o nome. Mais ninguém pode usar, né? Vivendo e aprendendo.
Claro que pode usar. Partidos com uma ideologia esquerdista ou centro-esquerdista certamente se sentiriam felizes em copiar o nome e até as cores do partido de Barack Obama e de Al Gore, a esquerda americana. Mas um partido que se diz de oposição ao petralhismo? E, ainda por cima, "de direita"? Que "direita" é essa, cara-pálida? Se essa é a "direita" do Brasil, entao é porque já vivemos num regime soviético e não sabemos ainda. Aliás, comentários como esse só reforçam essa impressão.

Mais uma vez: vai adiantar dizer o que vai aí em cima? Provavelmente, não. Mas digo assim mesmo. Afinal, preciso justificar o nome do blog, não é mesmo?

quinta-feira, fevereiro 03, 2011

UMA AULA DE “MASSINHA NÍVEL I” SOBRE HONDURAS, GOLPES, DEMOCRACIA ETC.


Um leitor que se assina como Lucas chegou atrasado ao blog. E foi logo querendo botar banca, cheio de marra. Ele escreveu o seguinte sobre meu texto RECORDANDO HONDURAS: UM LEITOR ME FAZ UM DESAFIO. E EU TOPO! (e ainda deu uma risadinha...):

Diz você no primeiro post: "Democracia e direitos humanos são valores inegociáveis".

Nossa! É um blog de um democrata, não?!

E, agora, uns artigos abaixo, vejo uma defesa do golpe em Honduras. Golpe que até mesmo os embaixadores dos EUA reconheceram ser ilegal.

Deixa eu ver se eu entendi. Um presidente legitimamente eleito é sequestrado e este presidente na tentativa de recuperar o que a Democracia lhe outorgou torna-se um "incitador de uma guerra civil"? rs

Realmente, neste blog, a defesa da democracia é inegociável... rsrs
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Fico na dúvida se Lucas leu o texto que comenta. Lá está bem claro que, se os EUA condenaram inicialmente o "golpe” de 28/06/2009, então alguma coisa está errada, porque eles voltaram atrás logo depois. Sem falar nos argumentos jurídicos, que são pífios, como mostrei.

Mas não vou mais falar no mérito jurídico da questão. Quem quiser saber o que aconteceu de fato em Honduras, é só pesquisar, há farto material neste blog. Vou apenas fazer umas perguntas para o Lucas:

- Um presidente legitimamente eleito tem o direito de convocar um referendo declaradamente ilegal e inconstitucional, e assim rasgar a Constituição de seu país?

- Um movimento que depõe um presidente que tenta fazer isso, fazendo cumprir o Artigo da Constituição que determina que quem tentar o que ele tentou perde DE IMEDIATO (imediatamente, automaticamente, na hora) o mandato, é "golpe"?

- Se a Constituição determina a perda imediata do cargo, então o que autoriza alguém a dizer que a prisão e expulsão do presidente deposto, embora ilegais, caracterizam "golpe", já que, quando ele foi preso e expulso do país, de acordo com o mesmo Artigo constitucional, não era mais presidente (perdera o cargo "de imediato")?

- Finalmente, o que é golpe: afastar, por determinacão da Suprema Corte e do Legislativo nacionais, um presidente que tentou estuprar a Lei Maior do país ou tentar passar por cima das instituições para perpetuar-se no poder?

(Uma última observação: Não basta alguém ser eleito democraticamente para garantir que seu governo será democrático. Não custa lembrar: Adolf Hitler também foi legitimamente eleito.)

Enfim, eu posso dizer que sou um democrata, porque nunca tentei violar a Constituição de meu país para me eternizar no poder. Também nunca invadi uma embaixada alheia para transformá-la em meu quartel-general, INCITANDO, SIM, À GUERRA CIVIL (os fatos estão aí para provar). Será que mané zé laia pode dizer o mesmo?
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Entendeu, Lucas, porque faço questão de frisar que a democracia é inegociável? Não me faça desenhar para você.

Eu poderia escrever mais a respeito. Mas, provavelmente, não iria adiantar. Para que pessoas como o Lucas compreendam o que está aí em cima, seria preciso terem, antes de tudo, boa vontade. E nao existe boa vontade se não há amor pela verdade.